Essa frase ecoa nos corredores das empresas, nos eventos do setor e até nas conversas de café. Mas será que estamos, de fato, refinando esse “petróleo” para extrair seu verdadeiro valor?
Recentemente, durante uma visita a uma grande empresa do mercado de crédito e cobrança, presenciei algo revelador. O gestor me mostrou orgulhosamente uma tela repleta de números: dados de discagens, acionamentos digitais, pagamentos, acessos ao site, e muito mais. Era um verdadeiro tesouro bruto de informações.
Curioso, perguntei:
– “E como vocês cruzam esses dados para traçar uma estratégia mais assertiva?”
Houve um silêncio. O sorriso do gestor diminuiu. Ele admitiu que, na prática, a equipe ainda dependia muito da força bruta: acionavam os clientes por diversos canais, mas sem uma estratégia bem definida. O resultado? Ineficiência, custos desnecessários e clientes cada vez mais insatisfeitos.
Entendo o motivo. O mercado de crédito e cobrança é implacável. Os resultados são cobrados diariamente, com pressão por performance e penalizações por não alcançar metas. O foco acaba sendo o curto prazo. E, nessa correria, a análise estratégica dos dados fica para depois – que muitas vezes nunca chega.
Mas e se pararmos por um momento para olhar além da pressão imediata? Já vi casos de empresas que decidiram investir em uma análise mais profunda dos dados e transformaram suas operações. Descobriram, por exemplo, que certos clientes preferem ser contatados por e-mail em vez de ligações insistentes, ou que mensagens personalizadas geram maior engajamento do que envios em massa.
Essas mudanças aparentemente simples geraram não apenas melhores resultados, mas também uma significativa redução de custos. Afinal, atacar problemas com precisão é sempre mais eficiente do que seguir gastando energia no “tentativa e erro”.
Deixo aqui uma provocação: será que você está realmente extraindo o máximo dos seus dados? Ou está apenas acumulando informações que poderiam ser o motor de um novo patamar de eficiência para sua operação?
Lembre-se: o petróleo só gera valor depois de ser refinado. E com os dados, não é diferente.