Nos últimos anos, o avanço da inteligência artificial (IA) trouxe inovações significativas, mas também impulsionou o crescimento de ataques cibernéticos sofisticados. O Relatório de Inteligência de Ameaças iProov 2024 revela tendências alarmantes, destacando como os criminosos têm explorado tecnologias emergentes para comprometer a segurança de identidades digitais e sistemas de autenticação.
A Nova Era dos Ataques à Biometria Facial
Uma das maiores ameaças observadas foi o aumento de 704% em ataques de Trocas de Rosto (Swapface), conhecidos como Deepfakes. Esses ataques, classificados como Injeções Digitais, têm sido amplamente utilizados para burlar sistemas de autenticação facial. A crescente acessibilidade a ferramentas de IA facilita a criação de vídeos falsos altamente realistas, colocando em xeque a confiabilidade da biometria facial.
Uso de Emuladores e Ataques Web: O Crescimento Acelerado
Outro dado preocupante é o aumento de 353% no uso de emuladores em 2023, superando o crescimento de 149% nas Injeções Digitais voltadas a serviços web. Esses ataques permitem que fraudadores emulem dispositivos legítimos, acessando plataformas de forma ilícita. A combinação dessas táticas eleva o risco para empresas que dependem de sistemas digitais para operações críticas.
Escalabilidade dos Ataques: Frequências Impressionantes
A frequência de ataques escaláveis disparou. Em 2022, invasores lançavam entre 1.200 e 2.400 ataques por ano. Já em 2023, esse número cresceu mais de 40 vezes, com registros de até 100.000 ataques por mês de um único invasor. Esse dado expõe a capacidade dos criminosos de realizar ataques em massa, repetidos e com maior eficiência.
O Crescimento dos Grupos Criminosos
O modelo de negócios chamado CaaS (Crime as a Service) ganhou destaque, com 47% dos grupos especializados em Injeções de Imagem/Vídeo criados em 2023. Esses grupos oferecem serviços para execução de ataques cibernéticos, democratizando o acesso às ferramentas maliciosas.
A Dimensão dos Grupos de Imagens Sintéticas
Os grupos que trabalham com criação de imagens sintéticas apresentam tamanhos impressionantes, variando de 100 a 114.000 membros globalmente. Embora muitos explorem avanços tecnológicos com propósitos lícitos, outros têm intenções explicitamente criminosas, alimentando uma economia paralela baseada em fraudes.
Reflexões e Caminhos
Os dados apresentados pelo relatório sublinham a urgência de fortalecer sistemas de defesa cibernética. Empresas e instituições precisam adotar ferramentas avançadas de detecção de deepfakes, além de políticas robustas para mitigar ataques baseados em emuladores e injeções digitais. A colaboração internacional e a conscientização do público também são peças-chave para enfrentar essa nova onda de criminalidade digital.
Com esses números alarmantes, a questão que surge é: estamos prontos para proteger a identidade digital em um mundo onde a tecnologia avança mais rápido que as regulamentações e a segurança?