Intenção de Consumo no Brasil Cai: Entenda os Motivos e os Impactos

A intenção de consumo das famílias brasileiras caiu pelo quinto mês consecutivo em novembro, refletindo juros altos e crédito restrito. Entenda os impactos e perspectivas.
DALL·E 2024-12-03 16.39.01 - Uma ilustração que representa o impacto da economia no consumo das famílias brasileiras. A imagem mostra uma família em um supermercado com carrinhos

A intenção de consumo das famílias brasileiras registrou queda pelo quinto mês consecutivo em novembro, refletindo o cenário econômico adverso do país. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice caiu 0,3% em relação a outubro, atingindo 103,2 pontos, permanecendo ainda na zona de satisfação (acima de 100 pontos). Contudo, em comparação com novembro de 2022, a retração foi de 1,6%, evidenciando o impacto das altas taxas de juros e da restrição de crédito.

Confira abaixo os principais fatores que influenciam essa tendência e como isso afeta as famílias brasileiras.

O Que Está Por Trás da Queda na Intenção de Consumo?

A retração na intenção de consumo está diretamente ligada a dois fatores principais:

  1. Taxas de Juros Elevadas:
    A alta da taxa Selic, que encarece o crédito, dificulta o acesso ao financiamento, especialmente para produtos de maior valor agregado. Isso afeta tanto o consumo imediato quanto as expectativas futuras das famílias.
  2. Restrição de Crédito:
    Com a restrição de crédito imposta pelos bancos e instituições financeiras, as famílias enfrentam dificuldades para adquirir bens duráveis e contratar serviços. Isso se reflete em uma postura mais cautelosa em relação ao consumo.

Impactos por Faixa de Renda

A análise da CNC revelou que as famílias de menor renda (até 10 salários mínimos) foram as mais impactadas, com uma redução de 0,6% na intenção de consumo. Em contrapartida, famílias com renda superior a 10 salários mínimos registraram uma leve alta de 0,1%, evidenciando a desigualdade no impacto econômico.

Essa disparidade se deve ao maior peso das taxas de juros e da restrição de crédito sobre as famílias de baixa renda, que dependem mais de financiamentos para consumo.

Itens Mais Afetados: Bens Duráveis

O recuo foi mais evidente no consumo de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis. Esses itens sofreram uma queda de 2,1% no índice de intenção de consumo, indicando maior resistência das famílias à compra de produtos que exigem financiamentos mais longos.

Além disso, o indicador de nível de consumo atual recuou 1,2%, refletindo a incerteza econômica e a priorização de itens essenciais por parte das famílias.

Cenário Econômico e Perspectivas

A possibilidade de novos aumentos na taxa Selic reforça uma tendência de retração no consumo. As condições econômicas adversas, como juros altos e restrição de crédito, têm enfraquecido a confiança dos consumidores e desacelerado o mercado de bens e serviços.

Essa situação exige medidas que incentivem a recuperação econômica, como a redução gradual das taxas de juros e políticas de estímulo ao consumo, especialmente para as famílias de menor renda.

Como Melhorar a Intenção de Consumo?

Para reverter esse cenário e estimular a retomada do consumo, algumas ações podem ser adotadas:

  1. Redução das Taxas de Juros:
    Uma política monetária mais branda poderia facilitar o acesso ao crédito e estimular a compra de bens e serviços.
  2. Expansão de Programas Sociais:
    Programas que auxiliem famílias de menor renda podem contribuir para aumentar o poder de compra e reduzir a desigualdade nos impactos econômicos.
  3. Promoção de Ofertas e Financiamentos Acessíveis:
    Empresas podem investir em condições de pagamento mais atrativas para estimular a compra de bens duráveis.

A queda na intenção de consumo das famílias brasileiras em novembro reflete um cenário econômico desafiador, marcado por juros elevados e crédito restrito. Embora o índice ainda esteja na zona de satisfação, a retração pelo quinto mês consecutivo acende um alerta para a necessidade de medidas que promovam a recuperação da confiança dos consumidores.

Enquanto as famílias de maior renda apresentam maior resiliência, as de menor renda continuam mais vulneráveis, demandando atenção especial para garantir uma retomada econômica equilibrada e sustentável.

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